"... devo novamente recomendar que você comece a fumar cachimbo. Faz muito bem quando você está sem ânimo..."
Vincent Willem Van Gogh (1853-1890), pintor holandês, tido como o maior expoente do pós-impressionismo, com obras que já davam os primeiros sinais do expressionismo. Suas pinturas serviram de inspiração para diversos artistas. produziu mais de 2 mil obras durante seus 37 anos de vida. Morreu pobre, e hoje suas obras valem bilhões. Seu legado é tão representativo que, em 1973 foi criado em Amsterdam um Museu para abrigar todas as suas obras.
Seu
irmão mais novo, Theo, foi o seu principal amigo e incentivador. Desde 1872, o
pintor escrevia para ele com frequência, chegando a redigir mais de 600
correspondências. Nessas cartas, Van Gogh desabafava e realizava alguns
esboços. Ao ver os desenhos, Theo estimulou o irmão a seguir a carreira
artística.Muito do que se sabe sobre Van Gogh, se baseia nessa correspondência entre
os irmãos.
Durante
toda a sua vida, Van Gogh conviveu com episódios
de instabilidade mental e comportamento tempestuoso, chegando a ser internado
em hospitais psiquiátricos. Nunca se soube o que o acometia, mas ao longo do
tempo suas crises se tornavam mais frequentes, e uma das coisas que amenizavam
essa alteração de humor era o cachimbo. Ele
nutria um seu amor pelo cachimbo, que ajudava demais nesse controle de seu humor.
Van Gogh encontrou consolo em fumar cachimbo, referindo-se a seu cachimbo em
uma carta de 1875 como "um velho e fiel amigo, e imagino que nunca mais
nos separaremos".
Com isso, o cachimbo se torna extremamente
relevante na obra de Van Gogh. É exibido com destaque em vários auto-retratos,
esboços e pinturas de natureza morta de Van Gogh. Uma das pinturas mais famosas
de Vincent, A Cadeira de Van Gogh (1888). No assento de palha, está seu melhor
amigo, seu fiel cachimbo e um maço de tabaco. Uma natureza morta extremamente
pessoal e impactante
Os cachimbos de Van Gogh foram
seus companheiros ao longo da vida, até suas últimas horas. Reportam que depois
de se ferir com um tiro de revólver em 27 de julho de 1890, ele cambaleou de
volta para sua pousada, e quando o médico chegou ele pediu seu cachimbo, e começou
a fumar em silêncio. Um dia depois ele estava morto.